Ontem preguei sobre perdão...

Quando recebi o convite imediatamente me veio uma reflexão sobre minha caminhada nessa estrada do perdão.
Já perdoei várias pessoas, já me senti magoado, ferido, desrespeitado, traído, abandonado, mal compreendido, injustiçado, enganado e depois tive que perdoar... Algumas vezes foi até fácil perdoar, outras nem tanto assim, mas em algumas dessas circunstâncias perdoar foi uma verdadeira morte pra mim, porque tudo o que o meu coração queria era que minha justiça fosse feita e o meu agressor pagasse por tudo o que me fez... Porém o meu avassalador constrangimento foi pensar nas muitas e terríveis vezes em que estive do outro lado, o de ofensor e não de ofendido, nas vezes em que eu precisei ser perdoado...
Constrangi-me primeiro porque percebi que o número de vezes que precisei de perdão era incrivelmente maior do que das vezes que precisei perdoar. Lembrei-me de pessoas que feri, gente que teve queixas justas contra mim. Tantos nomes, tantas circunstâncias, que fiquei enormemente estimulado a prosseguir perdoando simplesmente por saber que no que diz respeito aos números estou atrás, sendo muito mais perdoado do que perdoando.
Notei também que o perdão fez de mim um milagre, minha única saída nessas circunstâncias era mesmo ser perdoado, simplesmente porque não tenho condição alguma de reparar os erros que cometi ao longo da vida; não sou capaz de consertar coisas que quebrei, feridas que abri, não posso recuperar os dias que perdi. Ficou então claro que posso perdoar a quem quer que seja e ainda assim essa balança estará contra a minha consciência, porque não importa o que eu faça e o quanto faça sinto que jamais poderei pagar a dívida que tenho com cada uma dessas pessoas.
Preferi então pregar debaixo da graça na qual me escondo e me acolho, na condição de perdoado, tantas vezes perdoado e tão profundamente perdoado que me animo a prosseguir perdoando e sendo novamente perdoado, construindo e reconstruindo tantas vezes quantas forem necessárias a ponte da reconciliação...

E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.
2 Cor. 5. 18 e 19

Em Cristo que nos ama apesar de nós,
Alexandre Itaboraí
Inverno de 2011
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